São Luiz do Purunã: uma cidade com a essência tropeira
Localizada a aproximadamente 50 quilômetros da capital do estado (Curitiba), a vila que abriga atualmente em média 10% da população do município de Balsa Nova, trata-se de uma região de exuberante beleza natural, decorrente da formação da Escarpa Devoniana que separa o primeiro e segundo planaltos.
Possui rica herança história associada ao Clico do Tropeirismo, período em que tropas eram conduzidas do Rio Grande do sul em direção à Sorocaba, em são Paulo, transportando gêneros diversos a fim de serem comercializados na cidade paulista.
Seu desenvolvimento ocorreu em decorrência do ciclo do tropeirismo e a presença do Caminho do Viamão o que, segundo pesquisadores, em meados do século XVIII, se equivalia em importância a outras localidades como lapa, são José dos Pinhais e Castro.
Desse período mantem-se preservada a Capela de Nossa senhora da Conceição do Tamanduá. Sua primeira construção foi realizada por padres carmelitas, em 1709.
No século XIX a região foi ainda contemplada com a construção de uma ponte em pedra formando dois arcos na então chamada estada do Mato Grosso, sob o Rio dos Papagaios, na divisa entre Balsa Nova e Palmeiras que também encontra-se preservada e foi tombada pelo Patrimônio Histórico em 1973.
Além desses monumentos históricos, outro importante bem natural foi tombado pelo Patrimônio Histórico do Paraná, em 2012.
Trata-se o sítio geológico “iconofósseis de São Luiz do Purunã”, localizado às margens da BR 277. Herança Tropeira e natureza o ciclo dos tropeiros marcou fortemente a região que se destaca hoje pela criação de cavalos e gado.
No distrito de são Luiz do Purunã é possível encontrar diversos empreendimentos com diferentes ofertas de serviços relacionados à atividade equestre. Além dessa alternativa, os visitantes dispõem de pousadas, fazendas, restaurantes, artesanato, aeroclubes e propriedades destinadas ao lazer e ao descanso.
A região é abraçada pela beleza das paisagens naturais tais como cânions, cachoeiras, campos e rios, tudo proporcionado pela formação da Escarpa Devoniana (campos naturais que no estado estão sob proteção ambiental).
É também ponto para o turismo de aventura, sendo importante local para a realização de escaladas, corridas e ciclismo.
Embora próximo a BR 277 a rotina da população local é tranquila e preserva sua característica rural.
Quem passa pela vila, não pode deixar de conhecer o artesão Silvano Muza.
Suas peças em madeira estão à disposição para os observadores em frente a sua oficina, às margens da rua Professora Sabina Risseto.
Pontos turísticos
Capela Nossa senhora da Conceição do Tamanduá
Atualmente já tombada em 1970 pelo Patrimônio Histórico e artístico da secretaria de Cultura e Esporte do Estado do Paraná. Em 1978 ela foi restaurada pela Curadoria do mesmo órgão.
Foi construída em madeira pelos padres carmelitas no início do século XVIII. A atual capela foi construída em alvenaria de pedra argamassada, em 1727, sob as ordens de Antônio Tigre, cujas obras terminaram em 1730.
Para acessar o interior da Capela é necessária autorização que pode ser solicitada junto à Paróquia Santa Cecília, em Campo largo.
Ponte sobre o Rio dos papagaios
Construída em dois arcos de alvenaria de pedra, a ponte cruza o Rio dos Papagaios, na então chamada estrada do Mato Grosso (atual BR 277).
Sua execução foi ordenada por Lamenha Lins e realizada pelo engenheiro Monteiro Tourinho. É considerada um monumento de engenharia nacional, cuja obra foi autorizada pelo imperador Dom Pedro II.
Em 1973 foi tombada pelo Patrimônio Histórico e artístico da secretaria de Cultura e Esporte do Estado do Paraná.
Iconofósseis devonianos
O sítio geológico denominado iconofósseis de São Luiz do Purunã localiza-se no alto da escarpa devoniana no segundo Planalto Paranaense.
O local é construído por um afloramento da formação Furnas, onde estão impressos, na rocha, atividades biológicas de invertebrados produzidas a aproximadamente 400 milhões de anos.
Não há restrições quanto a visitação, mas como trata-se de local delicado pede-se cuidado na visita ao local. O sítio geológico foi tombado em 2012 pela Coordenadoria do Patrimônio Cultural do Estado do Paraná.